O CAVA – Clube Amigos de Vieira – somou mais uma atividade ao seu vasto reportório. Desta vez foi a IV Conferência Escolar que se realizou, no dia 28 de Fevereiro, no Auditório Municipal, e que teve o Alto Patrocínio do Presidente da República. Uma Conferência dirigida aos mais jovens que encheram o espaço.

Intitulada por “Os Jovens e a crise”, teve como orador Alexandre Soares dos Santos, um dos maiores empresários portugueses, natural do Porto que, atualmente, ocupa o cargo de presidente do Conselho de Administração do grupo Jerónimo Martins.

Soares dos Santos trazia consigo um discurso preparado para uma plateia mais adulta, mas, ao aperceber-se do contrário, decidiu deixar o papel de lado e falar como pai e avô, assumindo que está farto da crise.

“A melhor manga do mundo é de Israel. O Algarve tem as condições necessárias para produzir a melhor manga do mundo. Porque não produz?”

Afirmou que “os jovens têm de ter ambição, ter cultura, estudar, especializarem-se exercerem o seu poder de cidadania” questionando os autarcas e vereadores sem grândolas e sem má educação, reforçou. Chegou mesmo a dizer que “os jovens têm um bom futuro se quiserem”. Avisou-os de que, “se não estudarem, se não tirarem um curso, não vão a par¬te nenhuma”, “seja curso técnico ou profissional”, acrescentou.

“Em Março vamos (grupo Jerónimo Martins) em força para a Colômbia. Porquê a Colômbia? Ao contrário de Portugal, garante-nos 18 anos de estabilidade fiscal.”

Alexandre Soares dos Santos referiu a existência de emprego, mas, à porta de casa, já é passado. O importante é “trabalhar com dignidade e com um salário que permita viver”. “Perder o medo do estrangeiro” foi uma das ex-pressões utilizadas pelo orador para encorajar os jovens a emigrarem, a serem determinados e com vontade de se afirmarem.

Em relação à crise na Europa e em Portugal criticou os políticos assumindo que “o seu nível médio está a baixar”. “Os políticos não têm um plano para o país, só para as próximas eleições”, assumiu.

“Na Assembleia parecem muito zangados. Depois chegam ao restaurante e são todos amigos. Estão sempre a prometer e a dizer-nos que vai melhorar e, depois, as pessoas não percebem quais as razões que levam para mais medidas. Não dizem a verdade”, afirmou.

O convidado do CAVA definiu a situação da Europa como “dramática” e “constituída por pessoas cansadas, que não podem desenvolver o país”.

Sem meias medidas disse que, “se vamos querer subsídios por parte de todos, não vamos a parte nenhuma”.

“Ir para a rua reclamar de tudo não resolve nada. Ainda não foi publicado o decreto e já estão todos contra”, acentuou. E acrescentou: “A mudança existe, mas ficar à espera não é opção. É preciso agir.”

(in “O Jornal de Vieira”, de 15/03/2013)