Cova

Firmino Faria

A imagem apresenta uma voluntária e generosa pessoa, proprietário da Quinta da Lage, S. João da Cova, e, no interior do espigueiro, demonstra a mais antiga técnica de extrair, da maçaroca, os grãos do milho.

Associados ao espigueiro existem, a eira, onde se faziam as mágicas e solenes desfolhadas; as malhadas do centeio do feijão e do milho, e o sequeiro, onde se secavam os cereais, incluindo o milho, antes de ser armazenado no espigueiro. Nesta quinta, e muito próximo de espigueiro, está construído um moinho, onde o cereal era moído com a energia da água.

À volta do ciclo do milho, muita cultura foi construída, desde o cancioneiro às artes, às receitas gastronómicas, às orações e sua divinização (quase não se conhece canastro, ou porta de forno, que não tenha esculpida uma cruz).

O milho – Bot. Nome vulgar da Zea may´s L, é uma planta da família das gramíneas e, segundo alguns investigadores, é originário do México, e cultivado por povos americanos, desde o ano 5 mil antes de Cristo. Por ser tão nutritivo, energético e farto, civilizações antigas – Maias, Astecas e Incas, dedicavam-lhe muita atenção e até o reverenciavam na arte e na religião, representava o principal enfoque das suas práticas diárias.

Com a descoberta da América, no séc. XVI, por Cristóvão Colombo, os nossos navegadores trouxerem as sementes para Portugal e para a Europa e, nas grandes navegações, levaram este nobre cereal para a Ásia.

O milho é constituído por vários nutrientes – vitaminas A, B, proteínas, gorduras, cálcio, ferro, fósforo e amido, entre outros. As cascas dos grãos são especialmente ricas em fibras pelo que, o milho tem vindo a ser a base de alimentação de várias civilizações importantes, ao longo dos séculos.

Autor do texto: Fernanda Rocha